26.8.19

VOUGUINHA FORA DA LINHA

2019.07.14

"Vouguinha Fora da Linha" | d'Orfeu Associação Cultural | AgitÁgueda 2019

opÁ - orquestra percussiva de Águeda
Com Instituições parceiras do projeto: Instituto Duarte Lemos; Bela Vista - Centro de Educação Integrada; CENSI - Centro Social e Infantil de Aguada de Baixo; Santa Casa da Misericórdia de Águeda; e Centro Social Maria Auxiliadora de Mogofores.

"Caros nativos conterrâneos e caros forasteiros, Eis-nos aqui, neste 14 de julho do ano 2019 de grande ventura, na eminência e a poucos minutos de um acontecimento único, algo nunca antes visto. Desde 1911, ano da inauguração do ramal de aveiro da linha do vouga, que se espera este momento. Gerações e gerações invocarão esta data de forma marcante, atribuindo-lhe lugar na galeria das memórias coletivas mais surpreendentes em muitas décadas, ombreando com outros épicos capítulos que águeda já conheceu. Mas nenhum igual a este!

É o dia em que a estação de caminho de ferro, aqui mesmo por trás de nós, assistirá ao mais inimaginável episódio da história moderna da nossa terra. Pelas 15h35 da pontualidade automotoresca, chegando de Aveiro e chegando de Sernada, o Vouguinha se irmanará num corpo só, de alma percussiva, tal como o tralaquejar nos carris amplificado na alma do povo. E, senhoras e senhores, preparem-se para o momento da ferroviária redenção daquele chaço metálico. Hoje, vamos ver o Vouguinha sair da linha e, pela primeira vez, vê-lo entranhar-se na cidade de que sempre apenas conheceu as paredes brancas da sua estação e o enorme relógio que tantas partidas lhe ordenou.

E assim que ele chegue – deve estar mesmo a chegar! -, tudo em redor perde importância. Durante aqueles curtos minutos de desembarque e embarque entre duas automotores prestes a cruzar-se, nenhum outro sítio de Águeda, por mais guarda-chuvas que tenha, carrega mais histórias que a estação.

A opÁ! está lá dentro, qual comité de boas-vindas, para desencaminhar o Vouguinha, sabendo da vontade férrea que ele tem de fugir, um dia, dos carris. E não passa de hoje.

Vamos todos ser comboio, vamos todos ser pele de tambor. Vamos acolher, pelas nossas ruas, o sempre nosso Vouguinha, e mostrar-lhe os recantos da cidade."
[texto de abertura do cortejo]



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